Dos quadrinhos aos livros...

Desde que me entendo por gente, os gibis fazem parte da minha vida.

Já muitas vezes até quis ser a Mônica (Turma da Mônica), tinha Sansão e tudo. A história começou meio assim, num daqueles flashes da vida que acontece uma coisa sem muita importância mas que se torna relevante.

Eu tinha insônia, nem sei se era insônia propriamente dita ou medo de dormir, ou até energia demais. Eu não vou saber dizer isso para vocês com toda e absoluta certeza porque tinha só 3 anos...
Antes de eu conhecer gibis, meu pai já era muito fã de gibis, e numa dessas noites quando eu não queria dormir, meu pai sugeriu que eu "lesse" um gibi.

Estamos falando de uma criança de 3 anos, então, é claro que eu não sabia ler. Mas eu "lia"os desenhos e imaginava as falas e a história até pegar no sono. Foi isso, essa leitura, que me transformou primeiro em uma ávida leitora de gibis e depois em uma devoradora de livros.

Eu na verdade leio qualquer coisa, rótulo de shampoo, bula de remédios, manual do carro! Eu gosto mesmo é de observar a cadência das palavras, os sentidos que juntas elas dão ao nosso universo. Mas voltando... Todas as noites eram iguais, eu não tinha sono (ou até tinha), e antes de dormir ia eu lá para o mundo das histórias em quadrinhos.

Todos os domingos, durante muitos anos, eu fui à banca com o meu avô comprar uma revistinha da turma da Mônica para ler... Ah que saudades, do avô e daquela brisa que batia no rosto quando a gente virava a esquina da rua Rocha Lima, no bairro do Limão, em São Paulo.

O mundo era divertido, eu era meio a Mônica, esquentada, baixinha e batia em todo mundo... eu gostava daquela menina! A Mônica foi assim um prenúncio do feminismo dos anos 80. Eita menina porreta! Até os 7.. 8 anos de idade todos os dias eu lia um gibi, e todos os dias eu adentrava aquele universo cheio de imaginação e cores... Até que ler começou a me provocar o efeito contrário, sabe aquelas pessoas que não podem ver televisão antes de dormir ou simplesmente não dormem (?), eu precisava sempre terminar o que quer que fosse que tinha começado a ler ou não dormia também.
Foi assim, por causa de Maurício, Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali (que na minha imaginação era um alter ego da minha irmã, por que minha irmã amava melancias) despertaram meu "eu leitor".

Escrevo tudo isso, para qualificar a emoção que senti hoje, mesmo não estando presente na sessão de autógrafos do livro, ao ver o nome do meu blog na dedicatória do livro "Vamos pensar mais um pouco".

Isso tudo sem falar no Ilustre Mário Sérgio Cortella, filósofo que tem todo o meu apreço. Sobre ele só tenho a dizer que os verdadeiros sábios não falam difícil para que os leigos não entendam. Eles promovem a acessibilidade do saber.








Muito obrigada, Maurício, Cortella e Monique (que lindamente representou nosso blog no evento e no Brasil!) 

Um beijinho 

Cau 





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